DON PAULO FREIRE, querido Paulo.
O educador, pedagogo e filósofo brasileiro Paulo Freire
é considerado, mundo a fora, um dos mais notáveis pensadores da
história da pedagogia. Patrono da educação brasileira, Freire é
simplesmente o brasileiro mais homenageado em todos os tempos, com 29 títulos de Doutor Honoris Causa
por universidades da Europa e da América, e centenas de outras menções e
prêmios, como Educação pela Paz, da UNESCO, que Freire recebeu em 1986.
O criador da Pedagogia de Oprimido agora é citado em um novo e impressionante título de reconhecimento: Paulo Freire é o terceiro pensador mais citado do mundo em universidades da área de humanas. O levantamento foi feito através do Google Scholar – ferramenta de pesquisa para literatura acadêmica – por Elliot Green, professor associado da London School of Economics. Segundo ela, Freire
é citado 72.359 vezes, atrás somente do filósofo americano Thomas Kuhn
(81.311) e do sociólogo, também americano, Everett Rogers (72.780).
Outro ponto de reconhecimento da obra do educador pernambucano foi a menção da obra Pedagogia do Oprimido entre os 100 livros mais pedidos em universidades de língua inglesa pelo mundo. Reunindo mais de 1 milhão de ementas de estudos universitários americanos, ingleses, australianos e neozelandeses, o livro de Freire foi o único brasileiro a entrar no top 100 da lista. No campo de Educação, ele ficou em Segundo lugar entre os mais pedidos. O levantamento foi realizado pelo projeto Open Syllabus, e traz ainda outras 20 obras de Paulo na lista geral.
Em momento de intenso debate sobre educação no Brasil e sobre o legado do educador, a obra de Freire segue unânime pelo mundo. Na
década de 1960, Paulo desenvolveu uma metodologia que realizou o feito
de alfabetizar 300 cortadores de cana no Rio Grande do Norte em 45 dias.
Paulo então foi convidado para preparar o Plano Nacional de
Alfabetização, no governo João Goulart, que previa a formação de
educadores em massa. O Golpe Militar, porém, interrompeu o plano e
expulsou Paulo do país.
Paulo Freire é referencia em países
diversos pelo mundo, e sua teoria visa aproximar o conteúdo acadêmico da
vida cotidiana dos estudantes, oferecendo a possibilidade de que estes
se apropriassem de suas próprias educações. Para ele, estudar não era um ato de “consumir ideias, mas sim de cria-las e recria-las”.
“[É necessário] Criticar a
arrogância, o autoritarismo de intelectuais de esquerda ou de direita –
no fundo, da mesma forma reacionários – que se julgam proprietários: os
primeiros do saber revolucionário, os segundos do saber conservador;
criticar o comportamento de universitários que pretendem conscientizar
trabalhadores rurais e urbanos sem com eles se conscientizar também; […]
buscam impor a superioridade de seu saber acadêmico às massas
‘incultas’”. Assim escreve Paulo, em sua obra mais reconhecida, Pedagogia Do Oprimido.
Ignorar ou mesmo negar a importância, a
originalidade e a inovação contida na obra de Paulo Freire é junto
ignorar a necessidade e o potencial de renovação na educação brasileira –
coisa que o resto do mundo, que não é bobo nem nada, jamais fez, e
segue estudando e se aprofundando no legado desse que é um dos maiores
nomes da história da educação mundial.
Se você quiser conhecer melhor a obra de Paulo Freire, acesse a página do seu instituto – ou visite qualquer universidade importante pelo mundo.
© fotos: divulgação
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